O destino de um casal que desafia o tempo e atravessa a história do Brasil

Em O canto do amor eterno, escrito por Proença, o relacionamento de Elka e Mateus começa durante os últimos anos da República Velha, quando o clientelismo, o coronelismo e a política do café com leite dominavam o país, mas muitos movimentos sociais aconteciam para expressar o descontentamento da população perante os problemas da época. Diante de um cenário instável, o casal tem um fim trágico depois que a jovem tenta resgatar o amado e vingar a morte do pai devido ao ataque de um líder violento.
Porém, a história dos dois não acaba nas primeiras décadas do século XX. Destinados um ao outro, ambos reencarnam e inevitavelmente cruzam caminhos. No decorrer da trama, Elka se torna Isabel, a filha de uma família rica que tem pesadelos constantes sobre a vida anterior, e Giulia, nascida em Roma e que passa a morar no Brasil. Já Mateus vira Paulo, um estudante encantado pela professora, e Jô, um jovem nascido em circunstâncias difíceis que se muda para São Paulo para construir uma carreira a partir do trabalho árduo. Apesar de lembrarem pouco do passado, as trajetórias deles se entrelaçam e reverberam continuamente pelo futuro.
Dez dias após as mortes de Elka e Paulo, na Maternidade de São Paulo, nasceu, assistida por médicos e enfermeiras, uma linda menina, filha de casal da alta sociedade paulistana; no exato momento em que, lá no meio do mato, às margens do Rio Miranda, um menino era arremessado do ventre da mãe, sem nenhuma ajuda; sem nem sequer uma parteira para auxiliá-la. A garotinha de descendência espanhola recebeu o nome de Isabel, nome de rainha. A mãe do moleque queria chamá-lo de Jó, nome de sofrimento, mas o cartório trocou o grave pelo circunflexo e o nome registrado foi Jô (O canto do amor eterno, p. 255)
Ao abordar esses reencontros, o autor também revela os impactos dos diferentes cenários políticos, sociais e econômicos do Brasil na população. O enredo que inicia na República Velha atravessa o movimento tenentista, a Coluna Prestes, a ditadura Vargas, o regime militar, o AI-5, o período de redemocratização e o governo de Fernando Henrique Cardoso, até a atual polarização ideológica do país. Mas o cenário internacional também é narrado, como a Primeira Guerra Mundial, a ascensão do nazismo, a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria.
Entre os capítulos, O canto do amor eterno varia nos formatos ao usar entradas de diários e reflexões filosóficas para construir um universo ficcional multifacetado, complexo e com diferentes pontos de vista. O romance faz referência a um livro ficcional intitulado “O Narrador Caruara”, que apresenta um mundo próprio e traz fábulas, lendas e alegorias para enriquecer a leitura. Além disso, Proença apresenta referências a Manoel de Barros, o mais conhecido escritor nascido no Mato Grosso, na busca por unir acontecimentos históricos à literatura.
Em uma narrativa com arcos de vingança, sofrimento, traumas e desespero, a obra evoca a força do amor diante de um mundo repleto de horror e os impactos da empatia no alívio do sofrimento. A publicação é, principalmente, sobre um casal que vivencia todas as emoções intensas da paixão e busca se entender no mundo apesar — e por causa — dos conflitos macrossociais que o cerca.
FICHA TÉCNICA
Título: O canto do amor eterno
Autor: Proença
Editora: Labrador
ISBN: 978-65-5625-449-4
Páginas: 560
Preço: R$ 73,51 (físico) | R$ 34,91 (e-book)
Onde comprar: Amazon
Sobre o autor: Desde a aposentadoria, Proença dedica-se à carreira de escritor. Publicou cinco livros: um infantil, dois de contos e dois romances, sendo o mais recente O canto do amor eterno. Nascido em Miranda, no Mato Grosso do Sul, mora na capital de São Paulo. Economista e pós-graduado pela USP, trabalhou por mais de 30 anos em uma das maiores instituições financeiras do país e aposentou-se no cargo de diretor de auditoria. Também foi diretor do IIA Brasil - Instituto de Auditores do Brasil, representante setorial na Comissão de Ética Pública da Presidência da República, membro da Comissão de Auditoria da Febrapan e professor de contabilidade e auditoria.
Redes sociais do autor:
Instagram: @proencaescritor
Facebook: Letras Inteligentes / Jose Proença
