O Eremita: uma jornada épica pela luz em tempos de trevas

Em O Eremita, o escritor Marco Aurélio Pereira transporta o leitor para os reinos do Setentrião e do Sul, cenários onde valores como solidariedade, disciplina e justiça são colocados à prova diante do avanço da escuridão. A narrativa combina aventura, filosofia e fantasia, conduzida pelo protagonista Atrium, um soldado que carrega mais do que uma espada lendária: carrega a esperança de um povo.
Com linguagem acessível e enredo envolvente, O Eremita surpreende ao equilibrar ação e reflexão. A obra se inicia no Setentrião — reino idealizado por sua paz, disciplina e generosidade — e logo mergulha em uma missão militar em direção ao Reino do Sul, fortalecendo a aliança fraterna entre os povos. O que parece ser apenas uma inspeção de rotina rapidamente se transforma em uma batalha contra forças desconhecidas e sobrenaturais.
O protagonista, Atrium, é o arquétipo do herói silencioso. Reservado e de frases marcantes, ele personifica a filosofia do serviço ao próximo como ato de resistência. “Se quiser ser servido, sirva”, diz, revelando a essência de sua jornada. Ao lado de Altivus e outros soldados, Atrium enfrenta criaturas das profundezas e soldados das sombras — símbolos claros de um mundo em desequilíbrio.
A arma que o acompanha, a lendária espada Dente-de-Tigre, brilha na presença do mal e atua quase como uma entidade viva. Esse elemento mágico, embora comum na fantasia, é utilizado aqui como metáfora para a luz interior que guia o bem em tempos difíceis.
A narrativa valoriza a coletividade, a união dos povos e o respeito mútuo como forças maiores que a violência. A construção dos cenários impressiona: o Setentrião é descrito como uma utopia possível, onde o altruísmo é regra, e a justiça, um pilar inegociável. Já o Reino do Sul representa a fragilidade do aliado que, mesmo grato, precisa da constante proteção.
Ao longo da história, Marco Aurélio insere diálogos filosóficos que questionam o sentido da guerra, o valor da vida e a cegueira moral de sociedades que ignoram o próximo. “Ter olhos no nosso tempo é algo raro”, diz um dos personagens, ecoando reflexões que ultrapassam as fronteiras do universo fantástico.
O Eremita é mais do que um romance de fantasia: é uma obra que propõe um ideal de convivência, colocando a ética acima da força. Com personagens cativantes, cenários bem desenvolvidos e mensagens profundas, Marco Aurélio Pereira entrega uma estreia promissora e inspiradora. Uma leitura essencial para quem busca, além de aventura, um chamado à consciência coletiva.
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