Preta Gil - É preciso ficar de olho nos sinais”, recomenda médico e professor de oncologia.

De acordo com o médico e professor de oncologia Dr. Wesley Pereira Andrade, biologicamente, o câncer de intestino não é dos mais agressivos, uma vez que o potencial de crescimento é lento, e leva muitos anos para uma lesão precursora (pólipo) crescer e se transformar em câncer.
“Por isso, pode-se realizar uma colonoscopia a cada 5 a 10 anos, de acordo com as recomendações médicas”, comenta.
O risco de morte está relacionado à fase em que o câncer foi revelado. O câncer de intestino diagnosticado precocemente apresenta altíssimas chances de cura.
"No entanto, se houver um longo período sem diagnóstico, o tumor pode se tornar volumoso, comprometendo órgãos adjacentes, gânglios linfáticos e até mesmo se espalhar para o peritônio. O câncer colorretal tem a capacidade de se espalhar (metástase) para outros órgãos, como fígado e pulmões, o que aumenta a complexidade do tratamento e reduz as chances de cura", adverte.
*Complicações*
Os casos relatados localmente avançados, com invasão de outros órgãos e comprometimento do já indicam uma doença mais avançada, com redução nas chances de cura. Nesse caso, exigem-se cirurgias mais extensas e complexas.
Além disso, quando a doença está em estágios avançados, há muito mais chances de contaminação do sangue com células cancerígenas. Essas células no sangue podem se disseminar pelo corpo, espalhando-se para o fígado, pulmões, ossos e outros locais.
Nos avanços do câncer colorretal, as complicações mais comuns incluem obstrução intestinal; sangramento intestinal; fraqueza e aumento do volume abdominal; fístula para a bexiga (complicação rara, mas grave) que causa saída de fezes pela uretra, ou que é visível quando o paciente urina; gases ou líquidos fecais na urina, devido à comunicação entre os intestinos e a bexiga; e infecções urinárias recorrentes, devido à presença de material fecal na bexiga.
Outros sintomas: dor abdominal ou pélvica, causados pela lesão da bexiga e dos intestinos; dificuldade para urinar ou aumento da frequência urinária devido ao comprometimento funcional da bexiga; alterações sem odor vaginal, causadas pelo conteúdo fecal; desconforto durante a relação sexual, especialmente se houver lesões associadas e metástases.
*Plano de tratamento e cuidados paliativos*
Em avanços avançados, o tratamento pode ser adaptado de acordo com as condições clínicas do paciente.
Os cuidados paliativos são uma abordagem de assistência à saúde focada em melhorar a qualidade de vida de pacientes e familiares enfrentando doenças graves e progressivas. Seu objetivo é aliviar o sofrimento físico, emocional, social e espiritual, não se restringindo à cura. Podem ser iniciados desde o diagnóstico e aplicados em qualquer fase do tratamento.
Abordagem integral: considera todos os aspectos do paciente, incluindo físicos, psicológicos, sociais e espirituais.
Alívio do sofrimento: visa proporcionar conforto e controlar dor e outros sintomas.
Foco na qualidade de vida: busca otimizar o bem-estar e permitir que o paciente viva ativamente.
Não se limita ao fim da vida: pode ser iniciado em qualquer fase da doença, independentemente do prognóstico.
Respeito à autonomia: Considere os desejos e valores do paciente, respeitando suas escolhas sobre o tratamento.
*Exames preventivos*
Entre os exames previstos estão a colonoscopia e o exame de sangue oculto nas fezes.
“Para pessoas com histórico familiar de câncer colorretal ou síndromes genéticas, o rastreamento deve começar mais cedo e pode envolver exames genéticos”.
*Fique de olho nos sinais*
Infelizmente há alguns sinais iniciais que podem ser ignorados. Mudanças nos hábitos intestinais, como diarreia ou constipação persistente; sangramento retal ou presença de sangue nas fezes; desconforto abdominal ou sensação de plenitude; perda de peso inexplicável ou cansaço constante.
“Esses sintomas, embora possam ser causados por outras condições, devem ser investigados se persistirem”, conclui o médico.
Dr. Wesley Pereira Andrade
O oncologista é MD, Ph.D., mestre e doutor em Oncologia, além de mastologista e cirurgião oncologista. Dr. Wesley Pereira Andrade é médico titular da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e médico titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO). CRM-SP 122593
