Rio Grande do Sul enfrenta colapso na saúde

O Rio Grande do Sul enfrenta, neste momento, um cenário crítico na saúde pública. As emergências, tanto na rede pública quanto na privada, estão superlotadas, com ocupações que ultrapassam os 300% em algumas unidades. A situação revela uma pressão insustentável sobre o sistema de saúde, especialmente diante do aumento expressivo de internações por síndromes respiratórias agudas graves (SRAG).
Na tentativa de conter os impactos, a Prefeitura de Porto Alegre decretou emergência em saúde pública na sexta-feira, 17 de maio, medida que foi seguida pelo Governo do Estado nesta segunda-feira, 19 de maio. A decisão é estratégica: além de reconhecer oficialmente a gravidade do quadro, permite a busca de recursos junto ao Ministério da Saúde, viabilizando a contratação de profissionais, a aquisição de insumos e a reorganização da rede hospitalar para lidar com o surto. O decreto estadual, assinado pelo governador Eduardo Leite, tem validade de 120 dias.
Esses pacientes, geralmente, necessitam de tratamento mais intensivo, com internação em Unidades de Terapia Intensiva e suporte ventilatório. Por isso, a estrutura hospitalar precisa estar devidamente preparada para acolhê-los. Fala-se, inclusive, em uma “Operação Inverno” para garantir a capacitação da rede hospitalar e também da Atenção Básica, promovendo uma resposta mais coordenada em todos os níveis do sistema de saúde.
Um fator agravante é a baixa cobertura vacinal. Até 15 de maio, apenas 28,5% dos grupos prioritários — como crianças, gestantes e idosos — haviam se vacinado contra a gripe no RS. Esse índice está muito abaixo da meta de 90% estabelecida pelas autoridades de saúde. A vacinação é fundamental, protege o indivíduo e contribui para frear a circulação de vírus, aliviando a pressão sobre os hospitais.
O enfrentamento dessa crise exige mais do que medidas emergenciais. É preciso planejamento contínuo, com investimentos em infraestrutura, ampliação do acesso e campanhas educativas eficazes. O problema se repete todos os anos, mas tem se antecipado e se intensificado.
Superar esse momento requer responsabilidade coletiva. Com a união de esforços entre população, profissionais de saúde e gestores públicos, poderemos fortalecer o sistema e oferecer um atendimento mais digno à sociedade.
Dr. Gerson Junqueira Jr.
