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Rio Grande do Sul enfrenta colapso na saúde

Por Dr. Gerson Junqueira Jr., presidente da AMRIGS
Foto de capa Rio Grande do Sul enfrenta colapso na saúde
Por Dr. Gerson Junqueira Jr., presidente da AMRIGS
Publicado em
29/05/2025

O Rio Grande do Sul enfrenta, neste momento, um cenário crítico na saúde pública. As emergências, tanto na rede pública quanto na privada, estão superlotadas, com ocupações que ultrapassam os 300% em algumas unidades. A situação revela uma pressão insustentável sobre o sistema de saúde, especialmente diante do aumento expressivo de internações por síndromes respiratórias agudas graves (SRAG).

Na tentativa de conter os impactos, a Prefeitura de Porto Alegre decretou emergência em saúde pública na sexta-feira, 17 de maio, medida que foi seguida pelo Governo do Estado nesta segunda-feira, 19 de maio. A decisão é estratégica: além de reconhecer oficialmente a gravidade do quadro, permite a busca de recursos junto ao Ministério da Saúde, viabilizando a contratação de profissionais, a aquisição de insumos e a reorganização da rede hospitalar para lidar com o surto. O decreto estadual, assinado pelo governador Eduardo Leite, tem validade de 120 dias.

Esses pacientes, geralmente, necessitam de tratamento mais intensivo, com internação em Unidades de Terapia Intensiva e suporte ventilatório. Por isso, a estrutura hospitalar precisa estar devidamente preparada para acolhê-los. Fala-se, inclusive, em uma “Operação Inverno” para garantir a capacitação da rede hospitalar e também da Atenção Básica, promovendo uma resposta mais coordenada em todos os níveis do sistema de saúde.

Um fator agravante é a baixa cobertura vacinal. Até 15 de maio, apenas 28,5% dos grupos prioritários — como crianças, gestantes e idosos — haviam se vacinado contra a gripe no RS. Esse índice está muito abaixo da meta de 90% estabelecida pelas autoridades de saúde. A vacinação é fundamental, protege o indivíduo e contribui para frear a circulação de vírus, aliviando a pressão sobre os hospitais.

O enfrentamento dessa crise exige mais do que medidas emergenciais. É preciso planejamento contínuo, com investimentos em infraestrutura, ampliação do acesso e campanhas educativas eficazes. O problema se repete todos os anos, mas tem se antecipado e se intensificado.

Superar esse momento requer responsabilidade coletiva. Com a união de esforços entre população, profissionais de saúde e gestores públicos, poderemos fortalecer o sistema e oferecer um atendimento mais digno à sociedade.

Dr. Gerson Junqueira Jr.

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