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Síndrome de Procusto – Quando o sucesso do outro incomoda

Psicanalista Andrea Ladislau
Foto de capa Síndrome de Procusto – Quando o sucesso do outro incomoda
Psicanalista Andrea Ladislau
Publicado em
04/06/2025

Inveja disfarçada de crítica? Diferença castigada? Rejeição ao talento e sucesso do outro? Certamente, você já deve ter convívio com pessoas que, de alguma forma, não apoiaram suas conquistas ou seu destaque.

 

Esse tipo de comportamento, quando excessivo, pode indicar a manifestação da Síndrome de Procusto. Um tipo de transtorno psicológico e comportamental que atiça a raiva, a inveja, a insegurança e a baixa autoestima, por descontentamento com as conquistas alheias.

 

Segundo a psicanalista Andrea Ladislau, essa síndrome interfere nas relações sociais e afetivas, pois não permite que a conexão com o outro aconteça de maneira saudável.

 

“Sempre que ocorre uma ascensão, uma vitória de alguém de seu convívio, uma pessoa que sofre com uma síndrome, busca desqualificar, nivelar para baixo, ou até mesmo boicotar”, explica Andrea que também é neuropsicóloga.

 

Como identificar os sinais?

 

De acordo com um psicanalista, a identificação das ações de quem sofre com a síndrome, passa por algumas observações de comportamento, por exemplo: inveja declarada ou velada; críticas sem fundamento; dificuldade ou ausência de elogios; expressão constante de raiva; Esforços de boicotar ou habilidades; negação da opinião alheia; irritabilidade intensificada; aversão à competição; dificuldade de trabalhar ou interagir em grupo e incapacidade de lidar com suas emoções emocionais negativas.

 

“As consequências da Síndrome de Procusto são devastadoras, tanto para quem sofre ou para quem é vítima de quem é afetado por essa condição clínica. O adolescente psicológico provocado pela síndrome é prejudicado e impede o indivíduo de seguir sua vida, pois a insegurança, desmotivação e invalidação própria, tomam conta de seu emocional”, explica o especialista.

 

Andrea complementa que além disso, as relações interpessoais ficam comprometidas, já que a convivência é permeada pela inveja e desejo de habilidades quem se destaca de alguma forma. Enquanto isso, a vítima do Procustiano vive em meio a um ambiente e uma atmosfera de perseguição, ataques e confusões.

 

“A melhor forma de lidar com pessoas que sofrem com esse transtorno mental é evitar os conflitos e ter em mente que, o comportamento desajustado, fala mais da pessoa do que de si mesmo. Nada tem a ver com a vítima, mas sim com um desequilíbrio emocional que faz com que essa pessoa, fique cega ao se perceber “inseguro” ou “incapaz” de importância o valor do outro”, explica.

 

Segundo um especialista, isso acontece porque uma pessoa não vê seu próprio valor e ao se comparar com “o melhor” do outro, seus gatilhos são acionados e a necessidade de desqualificar a flora, estimulando atitudes e sentimentos desconexos.

 

“Por fim, se a situação fugir ao controle, o ideal é buscar uma rede de apoio para se proteger e mitigar os ataques.

 

Enfim, sentir inveja e raiva, é natural. São sentimentos inerentes a todo ser humano. A questão é, a intensidade desse sentir ou se esses sentimentos são usados para aprimorar o outro”, conclui.

 

Andrea finaliza lembrando que a Síndrome do Procusto é mais comum do que se imagina, por isso é fundamental compreender e nomear o que se sente, sem culpa, além de buscar apoio profissional para identificar as causas na tentativa de aprender a gerenciar as próprias emoções, transformar a inveja em admiração, evitar as sabotagens e aprender a valorizar a diversidade e o talento alheio.

 

“Afinal, esse padrão rígido e limitado de comportamento, impede a leveza das relações humanas e cria fantasias de repressão que intensificam sentimentos limitantes e inadequados”, finaliza.

 

· Andrea Ladislau é doutora em Psicanalise Contemporânea, Neuropsicóloga. Graduada em Letras - Português/ Inglês, Pós graduada em Psicopedagogia e Inclusão Digital, Administração de Empresas Administração Hospitalar.

 

É palestrante, membro da Academia Fluminense de Letras e escreve para diversos veículos. Na pandemia, criei no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional de pessoas do Brasil inteiro. @dra.andrealadislau

 

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